Conceito de Jornalismo Literário – Post #1

O blog “Jornalismo Literário” não possui esse nome em vão. A intenção é ser um espaço de difusão do jornalismo literário por meio de entrevistas, matérias, reportagens, livros, vídeos, trabalhos e pesquisas acadêmicas, divulgação de cursos de especialização, artigos, filmografia, pesquisa histórica e, claro, produção de novos conteúdos. Servir de fonte de informação para os interessados no tema, bem como apontar o jornalismo literário como uma alternativa ao modo de fazer jornalismo convencional, notadamente em crise, é a principal missão deste blog.

Jornalismo Literário – conceituando o termo

Seria no mínimo estranho pretender difundir o jornalismo literário e não trabalhar mais profundamente sobre a conceituação do que é jornalismo literário. Então vamos lá: também conhecido como literatura não-ficcional, literatura da realidade, jornalismo em profundidade, jornalismo de autor, entre outros termos, o jornalismo literário se difere do objetivismo demagogo do jornalismo convencional e insere, na forma de fazer jornalismo, elementos de áreas artísticas, onde se sobressai a literatura. Um dos maiores estudiosos brasileiros sobre o tema é o jornalista, escritor, psicólogo, doutor em literatura pela PUC-Rio e pós-doutor pela Université de Paris/Sorbonne III, Felipe Pena. Sobre a definição de jornalismo literário ele comenta:

“Afinal, o que é jornalismo literário? Não se trata apenas de fugir das amarras da redação ou de exercitar a veia literária em um livro-reportagem. O conceito é muito mais amplo. Significa potencializar os recursos do jornalismo, ultrapassar os limites dos acontecimentos cotidianos, proporcionar visões amplas da realidade, exercer plenamente a cidadania, romper as correntes burocráticas do lide (a famosa fórmula objetiva que prega a necessidade de o texto jornalístico responder às principais perguntas da reportagem ainda no primeiro parágrafo), evitar os definidores primários e, principalmente, garantir perenidade e profundidade aos relatos. No dia seguinte, o texto deve servir para algo mais do que simplesmente embrulhar o peixe na feira”.

Para praticar o jornalismo literário, entretanto, não é necessário abandonar as técnicas jornalísticas praticadas na universidade, mas sim, aprimorá-las. Pena completa:

“O jornalista literário não ignora o que aprendeu no jornalismo diário. Nem joga suas técnicas narrativas no lixo. O que ele faz é desenvolvê-las de tal maneira que acaba constituindo novas estratégias profissionais. Mas os velhos e bons princípios da redação continuam extremamente importantes, como, por exemplo, a apuração rigorosa, a observação atenta, a abordagem ética e a capacidade de se expressar claramente, entre outras coisas”.

Conceituado o tema e explicado a “missão” do blog “Jornalismo Literário”, nos resta começar a gerar conteúdo.

Caros leitores, sejam todos bem vindos!